Livros mostram como crianças e adolescentes podem reconhecer a violência sexual, além de conscientizá-las sobre a importância de se defender e de se proteger
Com uma série de vídeos educativos, a campanha visa atingir não só escolas, mas o público geral e já impactou cerca de 11.500 crianças em ações de formação, e já foi vista por mais de 7 milhões de pessoas em mídias sociais. Este ano, para ampliar o alcance desse debate, a campanha firmou uma parceria com a FTD Educação e lança duas obras que tratam do assunto: Mina e suas luzinhas: em defesa da infância, voltado para crianças a partir dos 9 anos, e Um bairro contra o silêncio: em defesa da vida, para crianças e adolescentes a partir de 12 anos. Escritos pela jornalista e especialista em educação, Januária Alves, os títulos apresentam uma narrativa literária entremeada de atividades de reflexão ou de conhecimento prévio a respeito da questão do enfrentamento da violência sexual.
“Busquei inspiração no universo das histórias de tradição oral. Essas histórias sempre contêm ensinamentos que nos mostram como lidar com nossas emoções mais profundas como o medo, a desconfiança, as incertezas geradas pelo crescimento. Para se abordar um tema tão delicado como esse é preciso estar conectado com o que há demais profundo na nossa alma: nossas histórias ancestrais”, afirma a autora.
Mina e suas luzinhas: em defesa da infância
No primeiro livro, Januária Alves conta a história da Mina, uma garota que junto com os irmãos mais novos teve de passar uma temporada na cada de sua avó, pois sua mãe estava doente. Numa cidade diferente e em uma escola nova, Mina e seus irmãos passam por situações como: desconhecidos que lhes oferecem carona ou vantagens para que eles façam um passeio, encontram amigos que se expõem na internet sem saber que correm perigo e até alguns que não sabem o que fazer quando um adulto os toca de maneira abusiva. Muito espertos e alertas, eles não só vão ensinar os leitores como reconhecer e escapar de circunstâncias desse tipo, como também mostrar quais são os direitos das crianças, especialmente os relacionados ao nosso corpo, além de demonstrar como se sentir confiante para buscar ajuda (que pode ser de um familiar próximo ou da professora da escola, por exemplo).
Um bairro contra o silêncio: em defesa da vida
Já o segundo título tem como personagem a adolescente Luciana, de 14 anos, que compartilha o que aconteceu na comunidade onde mora, o Bairro das Flores. Lá vivem pessoas interessantes, solidárias e preocupadas com o bem-estar comum. Um dia, todos tiveram de se unir para apoiar uma vítima de abuso sexual e evitar que outros casos acontecessem. O livro traz, ainda, boxes informativos sobre o tema da violência sexual.
Segundo a autora, as obras ressaltam também a importância do acolhimento e de conversar sobre o assunto em casa e na escola. “É muito importante que eles possam se sentir compreendidos em seus medos e inseguranças e especialmente, possam ser informados a partir de casa, sem preconceitos, sendo instruídos a pedir ajuda sempre que se sentirem ameaçados. A escola também é a outra ponta fundamental que liga a criança à sua rede de proteção. Trazer o tema tanto para as aulas como para os momentos de compartilhamento conjunto de experiências com certeza vai ajudar a desmistificar o tema, desvendando as sombras que ele suscita, estimulando a autoconsciência e o autocuidado das crianças e jovens”, avalia Januária Alves.
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Toda criança pode e deve aprender a se defender. Esta é a premissa da campanha Defenda-se, desenvolvida pela Rede Marista de Solidariedade, por meio do Centro Marista de Defesa da Infância. Criada para responder uma demanda social de apoio às políticas públicas, a iniciativa tem o intuito de prevenir a violência sexual e conscientizar crianças sobre seus direitos.