PERGUNTAS FREQUENTES

A Violência sexual é toda ação em que uma pessoa, em posição de poder, obriga outra a participar de práticas sexuais contra sua vontade, por meio de força física e/ou influência psicológica, intimidação, aliciamento e sedução. 

A violência sexual não se limita à penetração. Pode envolver toques, olhares, falas e exposição a conteúdos pornográficos.

A violência sexual também pode acontecer no meio on-line, em práticas como:

  • Mensagens de teor sexual.
  • Receber ou enviar nudes (fotos íntimas).
  • Grooming (quando adultos buscam estabelecer uma relação de confiança com as crianças e adolescentes a fim de manipular, chantagear e/ou ameaçar para conseguir favores sexuais).

Nem sempre as situações de violência sexual são demonstradas pela vítima de algum modo e, quando são, podem ocorrer por meio de diversas linguagens e formas. Embora não se trate de um “checklist”, alguns sinais podem servir como alerta para identificar uma possível situação de abuso:

Sinais físicos:

  • Coceiras, hematomas, inchaços, marcas e/ou sangramento, principalmente nas partes íntimas (pênis, vulva, peito, bumbum).
  • Observe se a criança tem dificuldade repentina para caminhar, urinar, ingerir alimentos, trocar de roupa ou tomar banho.
  • Fique atento se a criança começar a urinar/defecar nas roupas, ou se passar a ter dificuldade em defecar/urinar.
  • Observe também se apresenta corrimento e secreções vaginais ou penianas, o que pode indicar Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Sinais emocionais:

  • Mudança de humor repentina.
  • Choro com frequência sem motivo aparente.
  • Tendência ao isolamento ou dificuldade em confiar nas pessoas, inclusive medo de ficar sozinha ou na companhia de determinadas pessoas.
  • Estar sempre em estado de alerta.

Sinais interpessoais:

  • Medo da intimidade, evitar proximidade e erotização da proximidade.

Sinais comportamentais:

  • Comportamentos regressivos, tais como choro, fazer xixi na cama e chupar o dedo.
  • Voltar a ter comportamentos infantis, deixar de apresentá-los repentinamente, mesmo que temporariamente.
  • Falas autodepreciativas e/ou de culpa excessiva.
  • Mudança nos hábitos de sono.
  • Mudança nos hábitos alimentares.
  • Fugas frequentes de casa, ou demonstrar pouco interesse em voltar para casa.
  • Comportamentos autodestrutivos ou ideação suicida.

Você pode receber esse relato de terceiros ou diretamente da própria criança ou adolescente.

Em ambos os casos, o primeiro passo é compreender que a sua posição nesse momento é de ouvinte e que não é necessário verificar a veracidade do relato para acionar os canais oficiais de denúncia.

Em casos de suspeita de violência contra crianças e adolescentes, é importante buscar as instituições competentes para acompanhamento e investigação da situação.

Ao tomar conhecimento de uma situação de violência por meio de terceiros, você deve comunicar o fato imediatamente, seja através de um canal de denúncia ou do conselho tutelar.

Se você é profissional de alguma instituição do sistema de garantia de direitos (escolas, Centro de Referência de Assistência Social, Unidade Básica de Saúde, etc.), siga o fluxo interno indicado para esses casos.

*As instituições acima compõem o Sistema de Garantia de Direitos no Brasil. Para outros países, é necessário considerar a realidade e legislação local.

 

O nome disso é Revelação Espontânea de violência.

Se você tiver interesse em saber mais, disponibilizamos um conteúdo dedicado ao assunto aqui no site. Clique aqui .

Mas podemos adiantar que é preciso compreender que este é um momento de extrema fragilidade para a criança ou o adolescente. Por isso, é importante adotar uma postura acolhedora e estar atento(a) ao relato.

Aqui vão algumas dicas:

  • Busque um local em que tenham privacidade.
  • Escute atentamente o que a criança tem para te dizer.
  • Não tenha reações exageradas ou demonstre emoções pessoais que possam constranger a criança.
  • Respeite a maneira que a criança expõe o relato, sem julgar, interromper ou pressioná-la à falar.
  • Demonstre à criança ou adolescente que ela pode confiar em você. Caso ela não queira falar, oriente-a a procurar alguém em que confie para falar sobre o assunto.
  • Explique à criança quais encaminhamentos podem ser tomados.
  • Denuncie por meio dos canais disponíveis ou comunique ao conselho tutelar.
  • Caso você seja um profissional que atua em algum órgão que tenha protocolo para essas situações, siga o fluxo estabelecido internamente para que a sua instituição possa levar a situação às autoridades e outros equipamentos.
  • Lembre-se que o sigilo profissional é imprescindível, de modo a não expor a criança ou adolescente.

Saiba mais em https://defenda-se.com/revelacaoespontanea/

Você pode dizer que assistiu a um vídeo muito interessante e que gostaria que ela assistisse também. Vocês podem inclusive ver juntos. Observe se a criança fica bem ao assistir o vídeo e depois pergunte se ela tem alguma dúvida ou se quer conversar sobre o que assistiu.

Os vídeos da campanha foram produzidos por profissionais especializados e possuem uma linguagem específica destinada às crianças.

Você deve acolher a criança, mostrando que se importa com ela, sem expressar julgamento ou forçá-la à falar. Você pode perguntar o que ela está sentindo e se quer falar alguma coisa.

É importante ficar atento aos sinais físicos, emocionais, comportamentais e sociais, pois muitas vezes há dificuldade do relato verbal sobre uma situação de violência sexual.

A autodefesa orienta sobre quais atitudes crianças e adolescentes podem adotar para agir em situações de risco ou desconforto. Essas atitudes podem dificultar a ação de agressores, contribuindo para evitar e prevenir situações de violência.

É importante destacar que é responsabilidade do Estado, das famílias e de toda a sociedade proteger crianças e adolescentes contra todas as formas de violência. As estratégias de autodefesa complementam os esforços necessários para a proteção de meninas e meninos.

Podemos pensar em dicas gerais para a autodefesa, considerando a faixa etária de crianças e adolescente:

  • Conhecer e saber nomear corretamente as partes íntimas (seja pelo nome científico ou por apelidos usados pela família).
  • Entender sobre a privacidade de cada um. Por exemplo: o porquê de cobrirmos as partes íntimas e o motivo de não tocarmos nas partes íntimas de colegas.
  • Compreender que a criança é dona do seu próprio corpo e que deve dizer não sempre que se sentir com medo, vergonha, triste ou machucada.
  • Diferenciar os toques agradáveis e bem-vindos daqueles que são invasivos e desconfortáveis.
  • Diferenciar situações em que adultos de confiança podem tocar no seu corpo para auxiliar em situações de higiene, saúde e segurança, de toques invasivos e desconfortáveis.
  • Não aceitar presentes, doces, dinheiro em troca de carinhos contra a sua vontade ou em troca de guardar segredos.
  • Entender a importância do cuidado com a imagem e exposição para garantir sua segurança, além de saber quais são os limites pessoais ao conversar ou conhecer pessoas on-line.
  • Compreender o significado de consentimento e espaço individual.
  • Contar com uma pessoa de confiança para falar sobre qualquer situação que a deixe desconfortável. 

    Fontes: Childhood (2019) e Instituto Cores (2010)

Promover a educação em sexualidade desde cedo nas escolas é essencial para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes, por diversos motivos:

  • Reduzir informações errôneas.
  • Esclarecer, fortalecer valores e estimular atitudes positivas.
  • Melhorar a percepção sobre os grupos aos quais pertence e suas normas sociais.
  • Aumentar a comunicação com pais, responsáveis ou outros adultos de confiança.
  • Ampliar os conhecimentos corretos sobre sexualidade e autodefesa.
  • Abster-se ou retardar o início precoce de relações sexuais.
  • Explicar sentimentos, valores e atitudes.
  • Desenvolver ou fortalecer habilidades e comportamentos que reduzam riscos.

Fonte: UNESCO. Razões em favor da educação em sexualidade (2010)

Toda a sociedade tem o dever de proteger crianças e adolescentes. Então na dúvida, você pode entrar em contato com qualquer unidade pública de atendimento e pedir ajuda.

Além disso, é possível comunicar a situação diretamente para outras instituições e canais. Vários deles permitem a comunicação de forma anônima.

Canais oficiais de denúncia:

– Conselho Tutelar da sua cidade.

– Delegacias especializadas ou comuns.

– Entre em contato pelo Disque 100 pelo WhatsApp +55 61 9 9611-0100 ou disque denúncia local para relatar situações que você teve conhecimento, mas que não são emergenciais.

– Entre em contato pelo 190 em caso de situações flagrantes, imediatas e emergenciais.

– Para situações de violência on-line/na internet, acesse: https://new.safernet.org.br/denuncie

*As informações acima dizem respeito ao Brasil. Para outros países, é necessário considerar a realidade local.

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